FOLHA BRANCA
Folha branca e vazia por que tu estás tão limpa Se o mundo que a cerca não para de errar Por que não mostras nas tuas linhas o início da tua origem Ainda quando eras um ser vivo na natureza Não recordas do viajante quando cansado Que procurou em tua sombra o descanso Não recordas das crianças a brincar pelos teus galhos nas tardes de domingo Não recordas que muitos frutos produziu Não, não deves recordar, pois tua existência foi muito curta Ele chegou com fúria devastadora, como todo ser humano egoísta Com suas máquinas insaciáveis avançando sobre a floresta E lá estava você frondosa a cobrir com teus galhos grande parte da relva úmida Deitaste e sofreste Lançaram-te em máquinas e líquidos, triturando-te e reduzindo-te a pequenas partes Até chegar onde estás presa entre outras folhas E a ti só posso dizer, perdoa-me, nós humanos não sabemos Que a destruição maior está para vir E a história será escrita em você folha branca ainda vazia. Francisco Albano Boscatto
Enviado por Francisco Albano Boscatto em 12/02/2007
Alterado em 28/02/2007 |